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O que há por trás do Namaste

Atualizado: 10 de set. de 2020

Você já teve a sensação de que as vezes tudo na vida parece que se encaixa? Como se tudo fosse uma série de fatos aleatórios mas que de alguma forma dialogavam entre si e você sabia que havia algo a mais ali que mera coincidência.


E então pelo contraste também observou que há fases da nossa vida que tudo parece desconjuntado, como se aquele quebra-cabeça que já estava mais que meio caminho andado de repente fosse varrido pelo vento que escancarou a porta da nossa vida através de pessoas ou situações?


Assim é a vida quando estamos sob a óptica desse mundo de transações, um mundo dual. Na tradição indiana esse mundo é comparado a um sonho, mas por trás desse véu, a realidade é una, onde tudo é uma coisa só, uma única consciência manifestada na pluralidade das formas. Essa consciência você pode dar vários nomes, nas religiões é Deus, Allá, Isvara, chamamos também de universo, ser cósmico, uma inteligência, etc.


Segundo o Vedanta, a parte final das escrituras Vedas da cultura Hindu, esse mundo manifestado é chamado de Virat, que assume essa forma de Ser Cósmico através da união desta pura consciência Brahman e do seu poder criativo, Maya.


Sendo assim, até como já vimos pela ciência, tudo é uma única constituição, o efeito não pode ser material diferente da causa que o gerou, ou seja o que está no microcosmo, está no macrocosmo, o que está dentro de um um átomo, é também o que está nas estrelas.


Seguindo nessa direção, ao olhar todas as coisas que nos rodeiam, reconhecemos que nelas habitam uma mesma essência que habita em nós, e é aí que entra a beleza dessa compreensão, pois se levarmos em consideração que esse Virat é essa conscîencia, essa inteligência, Deus, ou como queira chamar, então a frase “A centelha divina que em mim saúda a centelha divina que habita em você”, ou Namaste se justifica por completo e não fica retido na saudação entre seres humanos, mas é a saudação universal de toda a criação, cada planta, cada inseto, animal, objeto, tudo, absolutamente tudo é dotado dessa consciência, e se começamos a usar esses óculos especiais, passamos a ver tudo em nossas vidas como sagrado, sagrado sendo aquilo que dá significado, em torno daquilo que os homens se reúnem por saber que existe algo maior do que as aparências, e ao trazer essa compreensão para nossa vida, somos capazes de mudar de atitude com relação às pessoas, as coisas e a todas as situações.


E na hora em que a vida parecer uma tempestade e que o vento bagunçar todo o nosso quebra-cabeça, mesmo assim poderemos enxergar que está incluso na sacralidade, na ordem dessa inteligência, nos planos de Deus e talvez, com prática, comecemos a lidar cada vez melhor com essas situações e a acertar os passos na dança da vida, deixando com que ela nos guie, mas sempre tomando o cuidado para não pisar no pé do universo, o que significa que passamos a ter ações conscientes e não reações inconscientes.

A princípio, parece bastante difícil conseguir entender a grandiosidade dessa escala que estamos falando, mas até isso os Vedas, como se já prevendo nossa dificuldade, cuidou de prescrever neste guia prático de como viver o passos de uma vida digna de um ser humano. Neles, todos os objetivos humanos estão contidos e são falados, acompanhando o crescimento vertical, ou seja no sentido de sua realização, desde aquele que está tendendo ainda para o Eu animal, se baseando puramente nos instintos e no ego e passando por todos os degraus até o sábio se realiza reconhecendo a sua verdadeira natureza, que não é diferente daquela do próprio universo, pura consciência.

No entanto, por agora, que tal focarmos no divino que existe em todas as coisas? Que cada pequena coisa, cada gesto, cada ser é dotado desse sagrado e que portanto ao fazer esse exercício trazemos para o nosso dia-a-dia a contemplação e a tranquilidade decorrente. Quando tudo parecer caos, lembre-se que o universo não é caos, mas sim cosmos, e em essência é você.


Namaste!

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